terça-feira, 28 de setembro de 2010

tempo, tempo, tempo, tempo...

um outro nível de vínculo.

Foi assim que encontrei dalia

Ao toque do gracejo, da zombaria

No errado atraente que vibra e sacia

Tamanho desejo de ser vadia

Do suborno quente que meus peitos

Oferecem à boca sedenta de prata

Das palavras chulas que meus lábios carnudos insistem em declarar

Da rima mal feita, dos acordes maiores, do pandeiro bruto e sedutor

Foi daí que me nasceu dalia

Da conquista diária

De Caetano à Amélie

Dos bandolins e botequins

Tá na cara!

Foi assim que me encantou dalia

Essa dança entregue ao pulso

Esse corpo entregue ao mundo

Essa ânsia imensurável por amor

É assim que faz doer dalia

A nudez dourada e imperfeita

Que as sementes trazem em flores vermelhas

O café que pensa

O cigarro que cala

Os vestidos que voam

É assim que faz amar dalia

É assim que se faz dalia: Acordes, amor e zombaria.