quinta-feira, 16 de setembro de 2010

narração sem foco

foi um dia de muito a fazer e pouco a pensar. música o dia todo. uma porção de encantos ainda não absorvidos, outra que pode ficar esquecida. quando cheguei em casa, meu corpo e minha mente competiam pelo maior peso. sabia que se fosse dormir àquela hora, sonharia com quadrados mágicos no espelho de bolso do stravinsky, enquanto ele conversava com debussy sobre os horários de reposição de suas aulas da semana seguinte, já que teria que desmarcar todos os alunos dessa semana para assistir à sétima sinfonia de mahler na sala são paulo. então jantei minha lasanha de calabresa com guaraná enquanto lamentava o primeiro gol do corinthians. no intervalo, pulei pro debate dos candidatos ao governo do estado de são paulo. muitas promessas, dados estatísticos duvidosos e microfones-mutados-ao-final-do-minuto-e-meio depois, fui pra cama. pensei no Sol que está na espanha agora e me bateu uma vontade de chorar. coloquei caetano pra cantar "mora na filosofia" e me deixei chorar. antes de finalmente apagar, peguei o livro dos anjos, meditei um pouquinho nele e abri: "o anjo da magia". pensei ainda mais no Sol e em coisas de amor, assim, e chorei mais um pouco. finalmente dormi.