Foi assim que encontrei dalia
Ao toque do gracejo, da zombaria
No errado atraente que vibra e sacia
Tamanho desejo de ser vadia
Do suborno quente que meus peitos
Oferecem à boca sedenta de prata
Das palavras chulas que meus lábios carnudos insistem em declarar
Da rima mal feita, dos acordes maiores, do pandeiro bruto e sedutor
Foi daí que me nasceu dalia
Da conquista diária
De Caetano à Amélie
Dos bandolins e botequins
Tá na cara!
Foi assim que me encantou dalia
Essa dança entregue ao pulso
Esse corpo entregue ao mundo
Essa ânsia imensurável por amor
É assim que faz doer dalia
A nudez dourada e imperfeita
Que as sementes trazem em flores vermelhas
O café que pensa
O cigarro que cala
Os vestidos que voam
É assim que faz amar dalia
É assim que se faz dalia: Acordes, amor e zombaria.