sábado, 29 de dezembro de 2012

corcovado

me vejo num escuro quente
em que não há saída aparente
somente o céu a me engolir
e a me atar em minhas próprias correntes

o que faço com as rimas, quando elas saem e parecem tolas novamente?
pareço um poeta contente, criança
cujos olhos brilham na lembrança
e choram felizes na esperança
- que é palavra fraca, pois não traz ação.
traz espera, anseio e comodismo

não pretendo rimar
não mais
quero descobrir em mim o que há de mais verdade 
ainda que doa
e o que há de mais justo pra cada pessoa
...
mas que grande engano, achar que o poder é meu...!
ou que sei alguma coisa do amor
porque o amor escorre por meus dedos
como água clara e fresca

não sei nada mesmo do amor
mas sinto quando meu coração bate forte
e isso não precisa de palavra ou tradução.

é sensação infinita costurada em mim.